ALGO DE MEU PROCESSO; SOBRE A ESCOLHA DE MEUS MATERIAIS; 25.9.23
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Se for para pintar em papel, prefiro as aquarelas, algo no meu íntimo me mantêm intolerante aos acrílicos, ou à sua ideia, é como se fossem os óleos sem o serem, e neste caso, ou se é ou não se é, conforme a divisa de Hamlet "ser ou não ser".
Se for para romper os limites da razão, se for para jogar uma pedra ao espaço, rompendo as diversas camadas de nossa atmosfera, preciso da força dos óleos.
O mundo do óleo é um, o da aquarela outro, considero-os próximos, mas o mundo das aguadas é um mundo mais sutil que o dos empastos, o das massas oleosas é mais poderoso do que as frágeis aquarelas. Isto me leva a concluir o porque do uso de ambos conforme o momento: óleos para telas e grandes formatos, aquarelas para papéis; é porque quero estar verdadeiramente em seus mundos, não em seus simulacros, ambas as técnicas me fazem mergulhar e me puxam ao seu mundo, aonde sinto a plástica do processo em sua maior intensidade, o sentir do processo é parte do processo, e se não o sinto, não estou em processo... com os acrílicos não sinto muito, são como que uma plasticidade superficial, e quando mergulho a mão sobre a mesma não consigo ver um mundo em suas profundezas, estas não existem... com os óleos ou com as aquarelas sinto que estou em algum lugar, ou no meio de algum caminho em direção ao mesmo, sinto-me na terra da produção, vejo-me vislumbrando pelas estranhezas do processo o ideal da obra ardendo por entre a plástica do meio e por entre seu desenvolvimento, mas com as acrílicas, apenas uma tentativa, apenas um nada; são linguagens, aquarelas, óleos, linguagens que consigo me comunicar, mas que antes consigo decifrar, entendendo-as pelo que consigo vê-las no mundo que me demonstram.
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