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Foto do escritorJorge Quiros

Desenho a carvão de 3.7.24, algumas reflexões sobre o desenho

Atualizado: 19 de ago.









DESENHO A CARVÃO DE 3.7.24, ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESENHO






Dizem, alguns, sobre o desenho, que este deve ser desenhado a partir de certas estruturas, para assim facilitar a percepção das proporções, no entanto, quando praticamos sempre as proporções do desenho, desenhando por estudos incansáveis, estas proporções se fazem naturais no interior do artista, que pode então desenhar sem calcular, por um processo em que o cálculo já está internalizado e cujo emerge espontaneamente sobre o desenho. Quando desenho, geralmente traço sobre o papel as primeiras partes que percebo na imagem e na forma, muitas vezes sendo o olho, e este olho sendo a unidade de medida para o resto do desenho.


Ocorre que nem sempre o faço, e eu mesmo noto como se é possível fazer o desenho a partir de qualquer ponto da forma, calculando as outras partes conforme se vai desenhando. Este é um desenho que fiz ontem a noite, ou antes, pela madrugada. O iniciei pela orelha, mais precisamente pelas formas do cabelo que jazem por de trás da orelha, partindo, no seguinte, para as linhas externas do rosto e deixando o olho como um dos últimos elementos a ser desenhado.



Desenho a carvão, por Jorge Quiros, julho de 2024
Desenho a carvão, por Jorge Quiros, julho de 2024



Quando o fiz, não me preocupei sequer um instante com as proporções, eu vi a forma e a primeira coisa que meu íntimo percebeu já foi a registrar pelo desenho, e sem esta preocupação, no entanto, eis que estão aí, todas em seu devido lugar.

O tempo e prática fazem o artista, mesmo que este já tenha nascido com as joias que ornam as coroas que nos deram Da Vinci, isto é, com o talento e com esta capacidade oculta e inata do interior que consegue ver, perceber e representar a natureza através de um desenho ou de uma pintura.

Na madrugada que o fiz, não estava disposto a produzir, queria repousar e pensava em realizar este desenho no dia seguinte, sob o entusiasmo do novo sol... mas senti que precisava o fazê-lo e não poderia perder esta noite em que podia produzir, então o fiz com o resto de lápis carvão que estava disposto, vendo-o realizar-se mesmo que não estivesse preocupado com sua formosa realização, somente com o processo e o fazer.


Mas antes de fazê-lo, procurava a imagem que mais me chamasse à sua produção, a que imprimisse sobre o interior a vontade de desenhar, isto ocorre com muitos de nós, artistas, e não saímos sempre e simplesmente a desenhar qualquer objeto que se nos mostra, embora seja uma prática recomendada a quem queira desenvolver o seu desenho inicialmente; uma vez a imagem tendo encontrado a mim, pus-me a desenhá-la, como quem desenha o modelo que tenha lhe atraído ao processo. Neste ponto há muitas coisas que atraem a vista do artista para a realização da imagem diante de si, a relação que algumas formas se apresentam, a posição, o semblante, uma expressão ou figurino que evoque uma narrativa, algo de oculto que queira revelar-se, através dos elementos da imagem pela qual se interessou o olho do artista.

Há algum tempo venho experimentando o lápis carvão, que considerei algo melhor que as simples barras de carvão, por não se esfarelar muito e por ter maios adesão e fixação sobre o papel, quase como que um lápis crayon ou lápis de cor. Com efeito, produz traços variados tal como as barras de lápis grafite, podendo, para além destes, lograr pretos mais profundos.



 


Materiais para desenho que costumo utilizar:


Lápis carvão integral: https://amzn.to/3X8U7nT















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