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Foto do escritorJorge Quiros

Desenhos, bico de pena e nanquim

Atualizado: 13 de jul.







DESENHOS, BICO DE PENA E NANQUIM




Desenhos nanquim bico de pena
Desenhos com bico de pena e nanquim, 2024, por Jorge Quiros

Então, recentemente, ao olhar este bico de pena, sob a ânsia do processo, violei a questão racionalista de meu ser, que dizia para usar materiais mais práticos, e cedi à intuição, que parecia evocar o passado. Pensei também que muitos artistas do passado, como Rembrandt, realizaram belos desenhos a nanquim usando bico de pena (...)





Há algum tempo havia comprado um bico de pena para fazer desenhos a nanquim, eu o usei e achei a princípio interessante os seus resultados - me lembrando a época em que o utilizava exclusivamente - salvo alguns inconvenientes do material e do método que este obriga a fazer. Pois que vinha utilizando as canetas em nanquim há alguns meses, o que me fez, talvez, acostumar com sua praticidade. Fiz, com o bico de pena, alguns desenhos, os quais considerei muito proveitosos em resultados, porém logo retornei a desenhar com caneta nanquim - no que tange aos desenhos em técnica nanquim - e mesmo desenhos com pincel e nanquim, uma vez que a caneta, por me permitir desenhar sem o acréscimo de ter que molhar a sua ponta no líquido de nanquim, me permitia maior espontaneidade e um traço que pudesse acompanhar meu gesto e meu pensamento.


Eis os desenhos com bico de pena de cerca de alguns meses atrás:





Eis alguns destes desenhos com caneta nanquim:




Contudo, recentemente me vi impelido a usar o bico de pena para desenhar, uma vez que as canetas que usara se esgotaram em suas cargas, no momento de ímpeto à produção pensei em usar o que estava à mão: o bico de pena, ainda não tão explorado por minha mão, ao menos no que tange às práticas mais recentes do desenho. Digo isto, pois que os meus desenhos de nanquim de juventude eram feitos todos com bico de pena ou pincel, as canetas me pareciam demasiado caras à época, e extraia de meus simples materiais os resultados que me presentearam a produção de infância e adolescência.



Gostava de usar nanquins, na adolescência, para desenhar histórias em quadrinhos, senão completas, ao menos páginas experimentais, como estas:


Desenho a nanquim, página de HQ autoral
Desenho nanquim, página de HQ autoral, por Jorge Quiros


... Então, recentemente, ao olhar este bico de pena, sob a ânsia do processo, violei a questão racionalista de meu ser, que dizia para usar materiais mais práticos, e cedi à intuição, que parecia evocar o passado. Pensei também que muitos artistas do passado, como Rembrandt, realizaram belos desenhos a nanquim usando bico de pena; isto me remeteu a um modo "velha guarda" de desenhar, e pude ver, quando me pus a desenhar com o bico de pena, que o gosto surgiu durante o processo, ao que me fez realizar diversos outros desenhos na sequência.


Abaixo, alguns destes desenhos com bico de pena feitos recentemente:





... Embora exista, no uso do bico de pena, a necessidade de estar sempre a recarregando - quando se a mergulha no líquido do nanquim - para os traços evoluírem, a liberdade do traço em relação às canetas é quase que a mesma - uma vez que a mão, quando se desenha com canetas, possui maior liberdade de arco do movimento, assim como com o lápis, o que não acontece de modo tão pleno, por exemplo, com os pincéis cujos diminuem a velocidade e a espontaneidade caso a direção do traço reverta - além do traço com bico de pena carregar maior quantidade de tinta do que as canetas, que são limitadas pela numeração de suas pontas ( traços mais grossos exigirão canetas de ponta com numeração maior), cabendo à habilidade do artista em desenhar de produzir traços mais finos ou traços mais grossos à semelhança do que ocorre com o uso dos lápis. Logo, haverá um acúmulo de material plástico um pouco maior em desenhos a nanquim feitos com bico de pena ou com pincéis do que com as canetas. Estas últimas, todavia, são práticos meios de desenhar, meios modernos do processo do desenho que possuem o seu lugar e o seu valor; em suma, o artista molda seu meio, tanto como molda sua obra, e o bico de pena, ou a caneta, devem ser materiais excepcionais nas mãos hábeis que lhes saibam extrair a potência, uma vez que consigam os dominar.









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