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Foto do escritorJorge Quiros

O retrato a carvão de 25.3.24 - considerações sobre a naturalidade do desenho:

Atualizado: 2 de abr.


















O RETRATO A CARVÃO DE 25.3.24 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A NATURALIDADE DO DESENHO




... Mas dentre os lápis que a princípio pretendia tomar, emergiu da caixa um lápis de carvão que havia comprado há algum tempo e que mesmo havia lhes extraído alguns estudos há semanas atrás; quando este lápis de carvão saltou da caixa que conservo os demais lápis, algo se ascendeu sobre minha mente, atraindo-me ao seu uso, algo me chamou a usá-lo...





O desenho a carvão de 25.2.24 desenho  a lápis carvão - considerações sobre a naturalidade do desenho





O retrato a carvão de 25.2.24, considerações sobre a naturalidade do desenho:


Por retratos a carvão me vejo os produzir, desenhos com lápis carvão, já partido ao meio, se revelam pela noite de produção...


... Muitas vezes produzo a noite, que as recomendações médicas me perdoem, o silêncio, não só em ruído, mas em atmosfera, me convida fatalmente a permanecer diante dela, dama da noite, sob ímpeto criativo... as horas transcorrem pela madrugada enquanto hei desperto, mas submerso no processo... ontem não produzi, então necessitava fazê-lo hoje, os dias incansáveis de prática ensinaram-me a não procrastiná-las, então por volta das três e tantas da madrugada, tomei a caixa que guardo os lápis e pensei: mais treinos de desenho a lápis, fá-los-ei com prazer!... mas dentre os lápis que a princípio pretendia tomar, emergiu da caixa um lápis de carvão que havia comprado há algum tempo e que mesmo havia lhes extraído alguns estudos há semanas atrás; quando este lápis de carvão saltou da caixa que conservo os demais lápis, algo se ascendeu sobre minha mente, atraindo-me ao seu uso, algo me chamou a usá-lo, mas o que há de curioso: não foi um chamado alardeante, foi algo sutil, como uma indução suave ao sono... ele está quebrado ao meio, sua ponta não havia sido lapidada e estava com as deformações dos usos anteriores, mas nada disso importou-me, que importava era usá-lo... então abri uma das fotos de que me uso para treinar retratos - os faço por referência de fotos por falta de disposição de modelos - e estava a fotografia de uma modelo de cabelos ruivos notavelmente volumosos... cabelos volumosos, inda mais como a desta modelo, são desafios ao desenhar, o que pode cansar a mão antes mesmo de pensar desenhá-las quando se trata de um estado normal de temperamento... mas isso não intimidou-me, tão pouco encorajou-me, não necessitava de coragem, estava tão somente sob o sutil mar de inspiração, sob a mão confiante do gênio... comecei a traçar como sempre começo, as formas foram surgindo naturalmente, e os cabelos... os cabelos os fiz sutilmente, digo, naturalmente, sem esforço, sem brigas com a forma, tão somente colocando os tons certos nos lugares certos, sob as ordens corretas, massas de sombra conversando amigavelmente com delgadas linhas curvilíneas, mechas pesadas e fios capilares, sabia exatamente o que fazer e o que desenhar, por rastros de sombra a traçar, os volumes e mechas dos cabelos foram simplesmente se revelando, dum modo tão natural que não podia deixar de reprová-los, estava já aí, formas reveladas, a modelo forjada sob este desenho a carvão...
















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