top of page
Foto do escritorJorge Quiros

Se pinta como se desenha, se desenha como se pinta; 1.10.23:

Atualizado: 2 de abr.









SE PINTA COMO SE DESENHA; SE DESENHA COMOS SE PINTA; 1.10.23





Um aforismo criado por um autor e artista de um dos livros que lia na primavera da juventude - sobre pintura e desenho - dizia:


"Se pinta como se desenha; se desenha como se pinta".


O entendimento deste aforismo, que como tal aloca em si um oceano de saber, permite de fato a conquista do desenho e da pintura, numa paradoxal relação de abordar um pelo pensar do outro: fazendo do lápis um picel imaginário, do pincel um lápis que "desenha" através da pintura. Antigamente, a relação entre aquilo que se é oposto na aparência, mas que se harmoniza sutilmente num dado ponto equilibrante, era chamada de gnose, isto é, a relação daquele que conhece para com aquilo que é conhecido. Um lápis que tenta simular um pincel, pois, desenhará com a potência de uma pintura monocromática, mas que no final das contas será ainda um desenho ( composto pelo elemento gráfico); um pincel que vise simular um lápis, conseguirá extrair uma síntese que desbloqueará todos os passos que impedem a espontaneidade, abrindo assim os caminhos da pintura. Como desenho e pintura são de fato complementares, sendo a ultima a flora da primeira, que será sua raiz, o aforismo traçado numa esfera filosófica acaba por de fato, tocar na práxis. Desenhando como se pinta, se faz a raiz estender-se à copa, num fluxo vital à realizar o desenho; pintando como se desenha, se extrai este mesmo fluxo vital da raiz, logrando o florescer da pintura. Fazendo, assim, uma técnica penetrar na outra, a vitalizando por aquilo que lhe completará; este aforismo poderia muito bem alocar-se dentro do símbolo do hexagrama: um triângulo para cima ao desenho que se eleva à pintura, um triângulo abaixo à pintura que desce ao desenho, numa gnose de entendimento e de criação, resultando, assim, a obra.


Internalizar desde cedo este aforismo, permitiu-me caminhar por ambos mundos de expressão, vendo nos grafites a alocar-se no papel as cores e seus tons, assim como vendo nas cores a se plasmarem na tela, os seus substratos primordiais. Desde cedo, também, costumava copiar obras de pinturas renascentistas, simulando seus tons pelos tons do grafite, em desenhos, os quais admiravam por seu realismo; assim, também, consegui solucionar problemas das representações em desenho pela forma como estes eram resolvidos nas pinturas. Idem com a pintura, quando a começo, não busco exatamente a diversidade dos tons, mas busco o desenho através das cores, dos tons, complementando-os e expandindo-os pelo processo. Assim tudo se torna mais simples e expresso.




PS: Dois desenhos recentes cujos desenhei como se os estivesse pintando:
























30 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page